A globalização gerou um conjunto
de efeitos na estrutura produtiva e nas relações com o mercado; quando o
capitalismo muda, muda com ele tudo o que o compõe e o equilibra. As mudanças
nas relações de trabalho são conseqüências dos novos níveis de competitividade,
tecnologia e relações entre os players. O forte movimento de terceirizações,
que ocorreu num passado recente, a busca da relação “CGC-CGC”, não foi outra
coisa senão um aviso dos ajustes futuros.
A relação do capital com o
trabalho sempre estará sujeita a chuvas e trovoadas. Com o passar das décadas o
capital vai fazendo gradualmente “as pazes” com o trabalho, uma vez que o
crescente nível de customização e crescimento da dependência do capital
intelectual torna o “fator humano” cada vez mais forte dentro da relação.
Vivemos uma eterna negociação em todos os seus níveis de força e sutileza.
Claro que vamos amadurecendo a cada etapa, mas amadurecem também os desafios de
reduzir os conflitos gerados pela própria evolução.
Quanto mais complexas as relações
econômicas, mais se torna necessária uma ação consciente, de cada profissional
para auxiliar a encontrar caminhos viáveis e dignos para minimizar os conflitos
e ampliar as oportunidades oriundas desta relação.
Vivemos a grande era dos Recursos
Humanos, o que preconizamos nas décadas anteriores, hoje é realidade
constatada. Nossa missão agora é demonstrar resultados mensuráveis através de
ações conscientes e estruturadas que façam com que sejamos ouvidos mais
rapidamente, gastando cada vez menos tempo para efetivar as práticas que
preconizamos.
Se, cabe ao governo em conjunto
com os trabalhadores, o empresariado e os sindicatos encontrar maneiras de
legislar sobre as diferentes demandas de profissionais e empresas. Cabe ao RH a
missão de humanizar esta legislação e adaptá-la de maneira consciente e viável
no universo da empresa para que o capital humano possa estar atendido,
entendido, motivado e apoiado para continuar prestando a sua histórica
contribuição: o crescimento e a prosperidade das empresas e da sociedade.
Devemos buscar maneiras de
oferecer mais uns aos outros além do que reza a cartilha jurídica, somente
assim transformaremos a frieza de um contrato de trabalho em um pacto de
comprometimento e prosperidade. Parceria significa: como podemos juntos, em
auxílio mútuo, obter melhores resultados para todos. Os debates constantes do
Grupo Temático sobre a Reforma Trabalhista, não devem findar com a entrega do
projeto de reforma, este marca o início e não o final de um processo que só tem
a enriquecer a razão, a democracia e a própria produtividade e lucratividade,
Frederick Herzberg que o diga!
Em uma relação de reciprocidade e
ética, onde imperam o bom senso e a razão, nascem leis naturais e superiores.
No futuro gastaremos menos tempo legislando e mais produzindo.
Este é o momento de repensar a
realidade jurídico/econômica das relações de trabalho, analisar e adaptar-se às
mudanças agindo de maneira ética e consciente para corrigir suas distorções.
Lembremos que as relações de trabalho não se restringem à área jurídica, mas
transitam pela esfera das relações humanas. Eis nosso desafio. Cabe a nós
profissionais do RH provar que pelo caminho das relações humanas se estruturam
soluções muito superiores às oriundas de qualquer outra fonte. Os que tiverem
ouvidos para ouvir, que ouçam... O RH continua falando...
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